Atualmente o padrão de vida da sociedade nos impõe longas jornadas de trabalho as quais em sua maioria acarreta posturas inadequadas à qualidade de vida. Como se não bastasse o tempo necessário para o trabalho, há a necessidade de tempo para ficarmos com a família, sendo assim, a maioria não tem possibilidades ou estímulos para exercitar-se. Como conseqüência do desuso, o músculo se atrofia e ocorre uma diminuição da flexibilidade da coluna dorso-lombar e comprometimento da capacidade de alongamento das cadeias musculares ao lado da coluna vertebral. Além disso, quando os músculos não estão suficientemente alongados para permitir uma amplitude total de movimentos do tronco e quadril, acabam sofrendo mínimas lesões por estiramento durante posturas inadequadas ou movimentos bruscos, resultando em uma resposta de espasmo muscular, o que pode acarretar a dor devido um problema mecânico.
A flexibilidade é uma qualidade física que possui intima relação com a postura, é definida como “responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão." (Dantas, 1995, p. 33). Ao contrário de todas as outras qualidades físicas, não é melhor quanto maior for. Existe um nível ótimo de flexibilidade para cada desporto e para cada pessoa, em função das exigências que a prática exercerá sobre o aparelho locomotor e a estrutura dos seus componentes (ligamentos, articulações, músculos e outras estruturas envolvidas). Os níveis desta qualidade física possuem padrões de saúde apresentados por Leighton e padrões de normalidade apresentados pela The American Academy of Orthopaedic Surgeons.
A avaliação da flexibilidade é importante para o exame físico, o qual permite ao professor de Educação Física, ou profissional da saúde, avaliar o nível da capacidade física do indivíduo, as disfunções musculares ou articulares, predisposições a patologias do movimento e os avanços no treinamento ou na recuperação funcional (Norkin & White, 1997 apud Monteiro.)
No trabalho realizado por Williams (apud Braccialli;Vilarta 2000), verificou-se que a realização diária de alongamentos passivos por 30 minutos foi suficiente para prevenir a perda de flexibilidade. Souchard (1990) preconiza que exercícios de alongamento devem ser realizados por meio de trações globais que corrijam ao mesmo tempo todas as possíveis compensações ligadas à determinada cadeia muscular, procurando a normalização da morfologia.
A partir de uma certa idade, ou seja, entre os 50 e 55 anos, nota-se que a estatura diminui, sendo que entre os 70 e 85 anos a evolução desta degeneração é mais rápida devido a uma compressão das vértebras e achatamento dos discos intervertebrais(Dantas, 2005). Acompanhada de um distúrbio chamado atrofia nos músculos posteriores da coxa fazendo com que os joelhos se dobram produzindo um encurvamento geral (Braccialli, 2000).
Estudos revelaram que grupos etários em idade madura apresentam redução da flexibilidade devido à maior perda da mobilidade articular do que da elasticidade muscular, mas, no entanto, à medida que a idade avança, a tendência é a inversão da ordem desses fatores.
Níveis adequados de flexibilidade são determinantes para a eficácia na execução dos diferentes movimentos envolvidos na realização das atividades da vida diária (Dantas, 2005). A diminuição na funcionalidade desses componentes, com o avançar da idade, podem comprometer de maneira parcial ou completa a realização das atividades da vida diária.
Tanto o declínio da força muscular quanto dos níveis de flexibilidade vai gradativamente dificultando a realização de diferentes tarefas cotidianas, levando, muitas vezes, à perda precoce da autonomia.
Dantas e colaboradores (2005) afirmam que a flexibilidade, conjugada a força, permite ao idoso desincumbir-se das tarefas diárias com uma menor incidência e/ou riscos de lesões.
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