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terça-feira, 10 de maio de 2011

Esteróides Anabolizantes Androgênicos - EAA - Como Funcionam?

Os Esteróides Anabólicos Androgênicos (EAA) são hormônios sintéticos similares a testosterona, possuindo, como o próprio nome diz, tanto propriedades anabólicas, quanto androgênicas. Dentre os efeitos anabólicos destaca-se o aumento da massa muscular. Dentre os androgênicos encontram-se o agravamento da voz, o crescimento de pelos, agressividade... Através de manipulações moleculares pode-se alterar a estrutura das ligações bioquímicas da testosterona gerando diversas substâncias, com diferentes efeitos anabólicos e androgênicos.

A cadeia de reações dos EAA, inicia-se após sua administração (por comprimidos ou injeções). Depois de caírem na circulação sangüínea, as moléculas são carreadas por globulinas específicas (TeBG - testosterone binding globulin) e em seguida penetram na célula..

Dentro da célula o EAA se liga a um receptor androgênico específico, (molécula relativamente grande composta de centenas de aminoácidos), somente após esta ligação a "dupla" começa a trabalhar, ficando em atividade por apenas algumas horas. Ativado, o receptor migra para o núcleo celular e se encontra com outro receptor, este conjunto (dois receptores mais uma mólecula de EAA) se une a determinadas regiões do DNA, e alguns genes começam a produção de RNAm, que traz a mensagem para a síntese de proteínas. (ver Aminoácidos). Após o fim da reação, os receptores se separam e voltam a inatividade.

Esta provavelmente não é a única maneira de atuação dos EAA, há outras possíveis como: competição com o Cortisol pelos receptores (e conseqüente efeito anticatabólico), ativação do gene zif268 que provavelmente tem relação com a hipertrofia, ativação de células satélites e outros.

Uma hipótese bem verificada e pouco conhecida é ativação de células satélites, o francês JOUBERT participou de três estudos neste sentido. Em um deles, a administração de testosterona em ratos produziu hipertrofia acompanhada pela proliferação de células satélites nos três primeiros dias de tratamento, com aumento no número de núcleos nos dias 2 e 3. Ao final do 30º dia o número de mionucleos era 80% maior que o inicial (JOUBERT et al, 1989). Cinco anos mais tarde observou-se o período de "puberdade" dos ratos e verificou-se que nos machos ocorre um aumento no número de células satélites dias após o pico de testosterona, seguido de multiplicação de mionúcleos, os quais aumentam seu número em mais de 50% (JOUBERT et al, 1994). As suposições destes dois estudos foi confirmada por um de 1995, onde a aplicação de testosterona causou proliferação de células satélites em pouco mais de um dia, com subseqüente aumento da quantidade de mionucleos, devido à fusão de células satélites (JOUBERT et al, 1995). Mais recentemente esta hipótese foi levantada novamente por KADI et al (1999) em um estudo feito em atletas de levantamento de peso usuários de esteróides.

Entende-se que a atuação dos EAA é um processo envolvendo diversas etapas e a evolução de cada uma delas somadas determinará a magnitude do resultado final, portanto é difícil prever qual será o resultado e mesmo se o resultado se repetirá com ingestão da mesma droga. 

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